Hélio Leorne
POEMA DA MEDITAÇÃO
Ao prof. Celso Cunha
Fui fonte, musgo, árvore
Nasci um dia na aurora
Surgi talvez uma flor
Atravessei as idades
Até chegar ao que sou.
Fui talvez centelha de astro
Vivi em mundos distantes
Fui sombra que se evolou
Banhei-me na luz do ocaso
Até chegar ao que sou.
Meus olhos viram desertos
E campos de Apscheron
Por onde Pompeu passou
Fui estrela em decadência
Até chegar ao que sou.
Serei ainda o oceano?
Espuma, alga ou salitre?
Donde vim, para onde vou?
Que forças se conjugaram
Até chegar ao que sou?
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