TROVAS DE ELINA
AMOR é a trova de Elina
Mais natural de compor:
Onde começa e termina
Repete a palavra AMOR.
Beija-flor que beija Elina
nunca mais beija outra flor;
sua boca pequenina
é arapuca de amor.
Desta trova pequenina
invejo a sina sem par
de poder, num verso, Elina,
teu nome glorificar.
Dos destinos, no rateio,
este mesmo eu escolhi:
ser humilde, pobre e feio,
porém, amado por ti.
Tudo, tudo continúa:
Nosso amor, tua beleza...
Só é diferente a lua:
- Envelheceu, com certeza...
A palavra pequenina
que exprime felicidade
vive nas trovas de Elina
com força de eternidade.
Nas trovas de Elina os versos
se estendem seja onde for...
Embora em termos diversos,
sempre e só falam de amor.
Até nem sei como as trovas
de Elina que vou fazendo
parecem ser sempre novas,
as mesmas coisas dizendo.
Buena-Dicha de verdade
foi a que leu minha sina:
só achou felicidade
na palma da mão de Elina.
Há, querida, um só momento
em que eu me gosto de ver:
É quando me vejo dentro
dos olhinhos de você.
A minha alma é uma igreja
em cujo altar pequenino
Elina é sacerdotisa
da missa do meu destino.
Meu destino de troveiro
é, por vontade divina,
espalhar ao mundo inteiro,
em versos, teu nome - Elina.
A trova de Elina é prece
que junto ao altar deponho,
da santa que só merece
meu amor, fé, vida, sonho...
A trova de Elina trata
sempre e só de puro amor,
Por isto d´alma desata
e brota como uma flor.
Teu sorriso feiticeiro
que me encanta e me fascina
cabe justo, todo inteiro,
em uma trova de Elina.
Em trovas de Elina, quero
achar o verso perfeito.
Se o verso perfeito é a
trova,
não sei trovar de outro jeito...
Trova de Elina amorosa
quem quer aprende de cor;
não há trova mais graciosa,
não há verdade maior.
Na noite escura da vida,
na estrada cheia de abrolhos,
vejo uma aurora florida
se olho a vida nos teus olhos.
De Elina, pequena trova
sem qualquer arte ou valor
é simples, sincera prova
de meu grande e puro amor.
Trova de Elina, inspirada
no amor de minha querida,
é poesia consagrada
no céu, na terra e na
vida.
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NATAL
No longe-escuro céu que cobre o pastoreio, esbraseia
e foge
uma estrela cadente.
Que o rebanho é de estrelas
e de sonhos, o pastor corre
à busca da evadida ovelha
- mais querida
que as noventa-e-nove
luminescentes-quietas no aprisco -
e vai achá-la
luzindo à porta da gruta
cintilante,
onde permanece, também ele,
embevecido ante o jardim
em que floriu uma virgem
e desabrochou um Menino...
Unido à multidão de zagais
e de reis,
o pastor é acolhido no redil
- único seguro e farto
-
do presépio,
a que preside, puerilmente ainda,
o Pastor dos pastores!
Recolhemo-nos todos na Paz - zagais
e sábios
e ninguéns
unidos na mesma humildade
dos animais que de antes velavam
- o boi,
- o galo,
- o burro,
- a ovelha,
acompanhando o murmurejo da prece
de Maria
e participando do maravilhamento extático
de José...
Só então se revela
em luminosidade,
cintilamento,
esplendor,
- música de coros angélicos
-
o Céu descido à terra
na Pessoa do Menino Deus que
ama
na maternidade de Maria Mulher que
crê
na boa-vontade de José Homem que
serve
compondo, todos juntos, a Humanidade
redimida
Igreja Celeste e Peregrina
que entôa hosanas de amor
FELIZ NATAL! FELIZ NATAL! |