Péricles Luiz
Medeiros Prade
AOS ANJOS
Os momentos brancos das almas coloridas
jazem por terra, com as mãos do morto
que saciam pó nos desertos de pedra.
Brancos corpos! Corpos brancos! despem-se
[os lírios vestidos de inocência
Deixaram de florir os canteiros das almas pequeninas
pois descobriram segredos na malícia dos gestos.
O calor branco do corpo enclausurado
transforma-se rubro como a brasa nas caldeiras.
Virgens escorregam emudecidas no deslizar
[(da lama semada)
Ó Anjos, escutai o grito da brancura profanada!
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