Antônio de Godói


Do "Mês de Maria"

O sagrado esplendor de curvas cinzeladas No relevo imortal do corpo alabastrino! (Maio é todo um cendal de violetas dobradas... Roçam asas no azul adelgaçado e fino...) Rosto feito a buril de espumas congeladas Na redoma de luz de um luar opalino! (Reflorescem rosais... nas noites consteladas Erra um doce rumor de citara e violino...) Ó Senhora, de olhar claro e puro de Santa, Virgem pura do Céu que minha alma quebranta (A brisa corre, o ambiente é fresco, o sol não arde.) Dá-me o fulgor que bóia em teu olhar tristonho, Para assim clarear a noite do meu Sonho... (Vão cantando no azul as citaras da tarde... )


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