Aluízio Medeiros


Viagens

A cavalo de galope vejo ruínas de casas sinto o lodo do passado piso folhas amarelas enveredo pelo tempo me perco no latifúndio devorante do sofrer úmidos brejos visito no labirinto das matas adorantes como dantes me embrenho e escalante percorro terras incultas de léguas, léguas e léguas mas sou demiurgo então crio um mundo que não esse uma vida diferente a cavalo de galope nostalgia nostalgia de não habitadas ver estas terras estas casas esta rua Assunção da infância cirandantes estrelas cantantes este val raso val Pajeú este mar este céu claridades crepitares de ares este dardo Aldeota morada maloca este Forte mirante de Praia Formosa e canos idosos larvados de lodo martírio doutrora este tempo de agora esta vida de agora é doutrora este val desta vida de agora vem o vento de sempre vagante eis-me aqui onde outrora vivi.


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