Beni Carvalho


O Flamboyant

Forte, esgalhado, heril, o flamboyant, de flores Rubras, na antiga fronde, ostentava a vitória De púrpura triunfal, na opulência da glória Do sol, no alto do Azul, todo em chama e fulgores. Lutou. Venceu heróico! A conquista, na história Vegetal, alcançou no meio de esplendores: — Ora, altivo, pompeando à luz as rubras cores; — Ora, verde, a cantar a Esperança ilusória! Hoje, porém, descansa o flamboyant por terra, Sangrenta a floração, circundando-o, morrendo, À agonia mortal, que o seu martírio encerra: — Egrégio lutador que, na refrega, exangue, Fulminado, semelha, a cair, combatendo, Um cadáver de herói, salpintado de sangue!


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