Bocage


Ó tranças de que Amor prisões me tece,

Ó tranças de que Amor prisões me tece, Ó mãos de neve, que regeis meu fado! Ó tesouro! Ó mistério! Ó par sagrado, Onde o menino alígero adormece! Ó ledos olhos, cuja luz parece Tênue raio de sol! Ó gesto amado, De rosas e açucenas semeado, Por quem morrera esta alma, se pudesse! Ó lábios, cujo riso a paz me tira, E por cujos dulcíssimos favores Talvez o próprio Júpiter suspira! Ó perfeições! Ó dons encantadores! De quem sois? Sois de Vênus? — É mentira; Sois de Marília, sois dos meus amores.


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