Carlyle Martins


A Ninfa

No bosque silencioso em que se inflama o alto sol e onde as árvores em torno Se condensam, formando implexa rama, Passa um corpo de Ninfa, esbelto e morno. É noite. Um luar de opala se derrama... Nas clareiras, a Ninfa, — excelso adorno — , Teme um Sátiro audaz, de olhar em chama, Que a persegue dos lagos no contorno. Corre a Ninfa sutil no ermo do bosque Através da intrincada ramaria, Embora o mato às pernas se lhe enrosque, Fugindo ao capro, célere recua: — Do olhar mostrando a fulva pedraria E o sereno esplendor da carne nua.


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