Carlyle Martins


Tapera

É quase ruína em meio à selva espessa e bruta, Dentro da solidão, sem amparo e sem dono, A tapera que, no ermo, unicamente escuta, O vento a perpassar, na indolência do outono. Noite morta. Em redor, o matagal se enluta. Há um sombrio torpor de tristeza e abandono, Como se a alma da terra, após contínua luta, No silêncio dormisse um prolongado sono. Passam, no alto, a cantar, aves de mau agouro... Tudo quieto. Há uni mistério, uma angústia infinita, No véu da escuridão, que no espaço se eleva. Não brilham no céu plúmbeo e triste os astros de ouro! E ela, na solitude em que a saudade habita, É um es erro ue assombra o próprio horror da treva.


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