Alfredo Castro


Psicologia do Adeus

Tempo de febre, tempo de loucura, Esse tempo desfeito tão depressa, Em que tua alma arrebatada e pura Me vinha em festa, cheia de promessa. Tempo de anseios, tempo de ventura, Em que os teus sentimentos punhas nessa Força que dava à minha mão, segura No adeus, à tua. Era a paixão — confessa! Era a paixão, que em teu olhar brilhava, De radiosas visões te enchendo a vida, Dos meus desejos te fazendo escrava. Hoje, num gesto todo indiferente, Tomando a minha mão na despedida, Dás-me as pontas dos dedos, frouxamente!


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