Alfredo Castro


A Estátua de Sileno

Longo tempo no parque, entre a alegre verdura, Às carícias do sol, na luz fina e fagueira, Sileno, o velho deus, guardara a compostura Firme na sua estátua, enramada em videira. Mas um dia se espalma a asa pesada e escura Da borraxa. Do céu vela-se a face inteira. E um raio que desceu busca o parque, procura A estátua e lança em terra o deus da bebedeira. Ao tombar destronada, a figura grotesca, Num acaso feliz, ficou mesmo com a cara Encostada na relva umedecida e fresca. Quem depois transitou por aquele caminho Certamente pensou que o deus melhor ficara Estendido no chão para curtir seu vinho!


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