Carlos Fernandes


Urbs Mea

Ergue-te, que já vem repontando a alvorada. Quem trouxe o fado teu, tarde ou nunca descansa. Eis-te na guerra, sus, alma tantalizada! Cavalga o teu corcel, pega na tua lança. Recomeça de novo a intérmina Cruzada, Põe no teu amuleto as asas da Esperança; Beija em face de Deus a cruz da tua espada E de encontro à legião dos bárbaros avança. É um assédios Vês: — Mouros por toda parte; O Reino de Aragão dos teus nobres cuidados Presa dos Infiéis... Rompe-se o baluarte; Entra a mourama hostil... Solta ao vento os teus brados E morre, proclamando o teu Símbolo de Arte, Na trágica invasão dos muros derrocadas.


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