Cid Teixeira de Abreu


Soneto de Amor

o meu amor é só. como as gaivotas, criei-o na aurora dos rochedos, acima da impotência dos enredos, na trilha insondável de outras rotas. meu amor é meu ser e meus segredos, a virtude trincada de revoltas. se não há o querer de eras remotas, ausência também há de velhos medos... e cibório de nervos e memória tensa, coberta de sangue — oh granito! dólmans brancos nas páginas da história. o meu amor... quem sabe compreendê-lo, se a própria alma, na angústia do infinito, é chama e cinza, é ternura e gelo?!...


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