Dário Veloso


No Reino Das Sombras

Plenilúnio. O luar molha as colunas dóricas... junto ao pronaos medito, evocando o teu rosto, Que saudade de ti, dessa tarde de agosto, De tintas outonais e visões alegóricas! Saudade!... O coração lembra idades históricas... Na Atlântida eras tu pitonisa... Ao sol posto, Dizias da alma irmã os arcanos... Teu rosto Banhava-se na luz das estrelas simbólicas... Tantas vezes perdida! Imerso em luz ou treva, De vida em vida, à flor do céu, te procurava, Na dor da solidão... E, quando a Lua eleva A lâmpada votiva, eu te procuro ainda, — Alma branca, alma irmã, alma em flor, alma eslava, Na poeira de sóis da solitude infinda.


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