Fontoura Xavier


Pomo do Mal

Dimanam do teu corpo as grandes digitales, Os filtros da lascívia e o sensualismo bruto! Tudo que em ti revive é torpe e dissoluto, Tu és a encarnação da síntese dos males. No entanto, toda a vez que o seio te perscruto, A transbordar de amor como o prazer de um cálix Assalta-me um desejo, ó glória das Onfales! — Morder-te o coração como se morde um fruto! Então, se dentro dele um mal que à dor excite Conténs de mais que o pomo estéril do Asfaltite, Eu beberia a dor nos estos do delírio!... E podias-me ouvir, excêntrico, medonho, Como um canto de morte ao ritmo dum sonho, O poema da carne a dobres de martírio!...


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