Guerra-Duval


Soneto do Olhar

(Para os teus olhos, para os teus olhares o Soneto bordado de saudade e a lisonja das sílabas de seda.) Pelo céu, pela noite, pelos mares, — Via-láctea de amor e claridade — o teu olhar é plácida alameda, onde a minh'alma, anêmica e doente, anda bebendo o ar da vida nova, nesse quebranto do convalescente que fugiu ao mistério duma cova. (já estive à morte, sendo assim tão moço...) — Tarde de calma e de melancolia é o teu olhar; e, quando me olhas, ouço tocar dentro de mim Ave-Maria.


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