Gustavo Teixeira


Visões

As meninas que amei
Ó vós que na manhã de minha mocidade Reduzistes a pó as minhas esperanças, Porque vindes por entre as névoas da saudade Derramar em minha alma o perfume das tranças ? Ó flores que trazeis o olor da virgindade E risos matinais em bocas de crianças, Deixai-me, enfim, em paz na minha soledade Apascentando o meu rebanho de lembranças!... Mas se agora vos punge a dor do louco amante Que via em vosso olhar a estrela do Levante E ouvia uma canção em vossa ebriante voz: Quando em breve eu fechar os olhos entre círios, Pagai-me em bogaris, crisântemos e lírios, As santas ilusões que desfolhei por vós!

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