Hardi Filho


Esdrúxulo

A prata, o caviar, a mesa elástica, riem do pobre e lhe pesam no vazio estômago. O lustre, o veludo, o mármore, esbofeteiam a face do menino pálido. Dói no seu corpo o sacrifício da ingênua espera: aberta mão ao desviado prêmio De tanto conviver com áscaris morre o menino de alma e coração imáculos. Uma paixão antiga, hoje única, domina o mundo. É torturante a dor sem número.


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