Jonas da Silva


Paisagens da Carne

O teu corpo lirial, do alvor de Sete-estrelo, É uma verde floresta em cuja sombra e solo Passam deusas pagãs de aljava a tiracolo, Há rouxinóis de aroma em teu loiro cabelo. Muita vez sob a ação de infernal pesadelo Se transforma o teu vulto em paisagens do polo E cuido ver na alvura hibernal do teu colo A refração do luar nas montanhas de gelo. E na alucinação de apaixonado creio Ver dois ursos, do Sol aos mortiços lampejos, Dois ursos de rubis nos botões do teu seio. E do gelo polar entre as pratas e espelhos Vejo ao longe os viris esquimaus dos meus beijos Lança em punho, em caçada a esses ursos vermelhos


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