Jonas da Silva


O Mestre

Bato um dia, cansado, à porta da oficina, No Pont-Vieux, em Florença, uma tarde de Maio: Cinzelando, escandindo uma obra ou um ensaio Vi B. Lopes, Celini e Bilac e Bartrina. Havia em torno a unção da Capela Sixtina. Cruz e Souza, orgulhoso, olhou-me de soslaio; Vi Cervantes, cantor do berço de Pelayo, Victor Hugo — o albatroz, o condor, a águia alpina. Vi Dante, que desceu do inferno e a funda gorja E os revéis encontrou nas fogueiras terríveis... Castro Alves temperava uma espada na forja. Antero de Quental dialogava com a Glória... Só B. Lopes me ouviu, dos deuses impassíveis, — O Mestre dos Brasões, de eviterna memória!


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