Leopoldo Brígido


Visão Noturna

Como surge do linho alvo e fragrante Esplêndida mulher formosa e nua, Já despida das brumas do Levante Pálida e bela me parece a Lua. Sobe, forma de sonho deslumbrante, No manso lago sideral flutua, E límpido lhe brilha o corpo amante, E o seio à tepidez da vaga estua. Avança sem temor, Náiade ousada, Serenamente, airosamente nada, E as mansas vagas osculando-a pelas Úmidas pomas, pela espádua albente, Ela vai-se, enredada docemente Nos nenúfares brancos das estrelas.


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