Leal de Souza


A Dama de Luto

Entre as musas e ao som das liras, na negrura Das vestes retratando a dor a que está presa, Sob o teto feliz da glória e da beleza, Encontrei, linda e grave, essa nobre figura... Em seu lábio o ouro vibra e, olente, a voz fulgura, E sua alma, em clarões espirituais acesa, Põe, como halos de sombra, auréolas de tristeza A cabeça pagã da imortal formosura. Dela, que o agro pesar consola a quem a aviste, —Fora do mundo, além da vida, sob a Terra, Na escura paz da morte o bem mais alto existe. E porque eu meço o horror de suas mágoas, — erra O meu vulto espectral de cavaleiro triste, Nas paisagens cristãs que o seu olhar encerra.


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