Maranhão Sobrinho


Interlunar

Entre nuvens cruéis de púrpura e gerânio, rubro como, de sangue, um hoplita messênio o Sol, vencido, desce o planalto de urânio do ocaso, na mudez de uni recolhido essênio... Veloz como um corcel, voando num mito hircânio, tremente, esvai-se a luz no leve oxigênio da tarde, que me evoca os olhos de Estefânio Mallarmé, sob a unção da tristeza e do gênio! O ônix das sombras cresce ao trágico declínio do dia em que, a lembrar piratas do mar Jônio, põe, no ocaso, clarões vermelhos de assassínio... Vem a noite e, lembrando os Montes do Infortúnio, vara o estranho solar da Morte e do Demônio com as torres medievais as sombras do Interlúnio...


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