R. Petit


Papagaios de Papel

Quando eu era pequeno, venturoso, Meus lindos papagaios empinando, Dizia: — Não há nada mais pomposo Que um papagaio de papel voando. Cresci!... Hoje, tristonho, pesaroso Esses brinquedos de papel, olhando, Logo descubro o vulto carunchoso Dos que sobem a tudo se apegando. Tipos que sobem de alma feita em trapos, Mostrando ao mundo, despreocupados, Uma cauda nojenta de farrapos... Tipos de nulidade tão cruel! Que só sabem subir encabrestados Como esses papagaios de papel.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *