Sebastião Corrêa


Homem

Quantos milhões de séculos viveste? A Atlântida esqueceste, e, hoje, andas triste, Comungando a ilusão que não pediste, Na sentença da dor que mereceste! Como aquele filósofo ateniense, Interrogas as tímidas estrelas... Para quê? — ninguém sabe compreendê-las. Vence a luz a distância; e o homem, que vence? Que me dirás das lâmpadas divinas? — meu vendedor de lágrimas, das ruínas Do teu sonho forjaste um pensamento! E andas pálido e triste, procurando O que há milênios vem te acompanhando: A vida — abençoado sofrimento!


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *