Sidney Neto


O Solar dos Heróis

Cearenses, vocês querem ver de bem perto um grande poema? É tão fácil! Cavalguem, como eu, num dia de fogo vivo, meu alazão dourado, os quatro pés calçados, estrela branca à testa, sinal encoberto, galopando no meio dos turvos redemoinhos rasgando, verrumando, o céu azul muito sereno, sobre um pedregulho em brasas acesas, de bronze dos heróis! ladeando árvores incendiadas pelo sol em chama, de Orós a Jaguaribe! Arapongas, nos capões dos cerros, ao longe batem bigornas, aperfeiçoando espadas guerreiras! Nuvens de pombais em bando passam tatalando as grandes asas Cigarras, chiando, chiando, retinindo, cantando hinos de vitória! Ao lado esquerdo de quem vai, bem do lado do coração, a gente vê, feliz, por trás de uma saliência de terra abençoada, como um ninho de condores, um velho solar encantado!... Cearenses, eu senti, como nunca, o Brasil, porque ali nasceu Juarez, ali nasceu Fernando, ali nasceu Joaquim Távora!


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