Tobias Pinheiro


O Rio

Ele parece mais um boi cansado, desses que — ó vida — encantas e abençoas; tornou-se grande para as coisas boas, é o rio concebido sem pecado. Em suas margens, de um e de outro lado, poetas se irmanam lhe tecendo loas... E ele passa com balsas e canoas, dando mais vida à vida consagrado. A matar fome e sede, aqui e ali, lá se vai ele como um pioneiro, unindo o Maranhão ao Piauí. É o Parnaíba — o Rio da Saudade, doce consolação no desespero, Boa-Esperança da posteridade.


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