P R O J E T O   E D I T O R I A L   B A N D A   L U S Ó F O N A

 

 

J O R N A L   D E   P O E S I A   |   F O R T A L E Z A l C E A R Á l B R A S I L
COORDENAÇÃO EDITORIAL   |   SOARES FEITOSA | FLORIANO MARTINS
2000-2010
 

 

 

 

BANDA LUSÓFONA | PORTUGAL

João Garção | (1969)

Olhares e visões – poemas-colagens, guaches e desenhos de João Garção

Nicolau Saião

O olhar exerce-se nesse intervalo que vai da coisa à sua representação, no interstício imaginário que julgamos conhecer só porque temos os olhos que deus nos deu e os utilizamos para distinguir entre as coisas na sombra ou na claridade e a sua permanência na memória, no que todavia continua velado, obscuro, indistinguível. Ou pode continuar, caso não haja reconhecimento, no que é contínuo e diferente a cada minuto.”, assim o disse eu a dado passo num texto lido durante a inauguração da Mostra.

Ou, como refere Floriano Martins ao mesmo propósito, “(…) O simulacro está ligado aos vestígios fechados, não revelados, da existência. Isto nos leva ao palco, ao tablado agónico das simulações, aos enredos míticos e místicos que se esmeram em conferir realidade, à fábula. Lugar sagrado onde (…) a criação artística como um todo busca algo mais substancioso do que simplesmente derrotar o intelecto. Mete-se com o “finíssimo vazio” onde vai explorar suas  possibilidades de ser. Absorve todos os engates e desgastes”.

João Garção sabe que se a pintura tal como a poesia é comunicação, especial ou especializada, é também uma proposta de substituir o que se pensa haver pela matéria que se tem, ainda que de forma peculiar. Nada é igual a nada, que o mesmo é dizer: tudo é igual a tudo – mas num outro plano onde já se transfiguraram emoções, raciocínios e pensamentos mediante os sinais, as linhas e as representações plasmadas numa tela ou numa folha de papel. “Pintar é viajar” dizia apropriadamente Picasso. E em seguida: “Eu não procuro, encontro!”. Embora, é claro, esse encontro seja propiciado pelos minutos, dispersos pelos meses e pelos anos, que a vida contém.

Daí que “Foi quase sem sentir, ao longo do tempo, que pintei e escrevi estes trabalhos, em parte já esquecidos. Muitos deles fi-los e deixei-os na casa que então habitava, assim como muitos poemas escritos em folhas diversas. Reencontrei-os há um par de dias, já emoldurados uns, passados a limpo carinhosamente, outros. Uns lembrei-os logo, outros eram como filhos que tivesse perdido num lugar inabordável. E durante esse par de dias que mediou entre a minha chegada à casa da infância e adolescência e o acto de os montar e colocar nesta sala, olhei-os intensamente para que certas memórias revivessem”.

Olhares e visões. Como se as cores, os ritmos, os sinais e as letras cobrassem uma vida específica, reentrassem na memória, nesse espaço que já não é apenas lembrança mas a recomposição de algo que se reconquistou na sua materialidade eminentemente espiritual, como diziam alguns desses que o autor pôde um dia contemplar anos e anos atrás…

 

 

O Projeto Editorial Banda Lusófona foi criado em janeiro de 2010, como complemento ao Projeto Editorial Banda Hispânica. Assim o Jornal de Poesia integra em sua plenitude a poesia de línguas portuguesa e espanhola. Aqui registraremos criação e reflexão, reunindo autores de distintas gerações e tendências, inclusive inéditos em termos de mercado editorial impresso. Aqueles poetas que desejem participar devem remeter à coordenação geral seus dados bibliográficos, seleção de 10 poemas e resposta ao seguinte questionário:

1. Quais são as tuas afinidades estéticas com outros poetas de língua portuguesa?
2. Quais são as contribuições essenciais que existem na poesia que se faz em teu país que deveriam ter repercussão ou reconhecimento internacional?
3. O que impede uma existência de relações mais estreitas entre os diversos países de língua portuguesa?

Todo este material deve ser encaminhado em um único arquivo em formato word, para o seguinte e-mail: agulha.floriano@gmail.com. Agradecemos também o envio de uma fotografia (jpg), assim como de textos críticos, livros de poesia e material jornalístico sobre o mesmo tema. O Projeto Editorial Banda Lusófona é uma fonte de informações que reflete, sobretudo, a ampla generosidade de todos aqueles que dele participam. O acesso a cada país deve ser feito através do selo correspondente.

 
JORNAL DE POESIA ACERVO GERAL BANDA LUSÓFONA EDIÇÕES CURURU

 

Jornal de Poesia (Brasil)

 

La Otra (México)

 

Matérika (Costa Rica)

 

Blanco Móvil (México)

 

Revista TriploV de Artes, Religiões e Ciências (Portugal, Brasil)

 

Agulha - Revista de Cultura (Brasil)

 

 
Ficha Técnica

Projeto Editorial Banda Lusófona
Janeiro de 2010 | Fortaleza, Ceará - Brasil
Coordenação geral & concepção gráfica: Floriano Martins.
Direção geral do Jornal de Poesia: Soares Feitosa.
Projetos associados: Revista La Otra (México) | Ediciones Andrómeda (Costa Rica) | Revista Blanco Móvil (México) | Triplov (Portugal).
Cumplicidade expressa: Alfonso Peña, Eduardo Mosches, Gladys Mendía, José Ángel Leyva, Maria Estela Guedes, Soares Feitosa e Socorro Nunes.
Contatos:
Floriano Martins bandahispanica@gmail.com | floriano.agulha@gmail.com.
Soares Feitosa: soaresfeitosa@secrel.com.br | soaresfeitosa@uol.com.br.
Agradecemos a todos pela presença diversa e ampla difusão.