P R O J E T O   E D I T O R I A L   B A N D A   L U S Ó F O N A

 

 

J O R N A L   D E   P O E S I A   |   F O R T A L E Z A l C E A R Á l B R A S I L
COORDENAÇÃO EDITORIAL   |   SOARES FEITOSA | FLORIANO MARTINS
2000-2010
 

 

 

 

BANDA LUSÓFONA | PORTUGAL

Manuel de Almeida e Sousa | (1946)

Manuel de Almeida e Sousa, o pirata

Nicolau Saião

De acordo com especialistas das estórias do mar, seja o oriental Nar-u-Din Ali ou o ocidental Tim Severin, os piratas do périplo que vai do golfo de Aden às praias de Mangalore, atravessando o mar arábico, na última fase de ataque e antes da abordagem navegavam aos zig-zags. Para evitarem melhor o fogo dos canhões adversários? É de crer que sim, tanto mais que a velocidade superior dos barcos que utilizavam era contudo contrariada pelo seu menor calado e havia que usar de artimanhas compensadoras.

Curiosamente, o célebre e nosso bem conhecido (de nós que andamos nesta existência relativamente bucaneira) Barbanegra, ou seja o excelente Capitão Teach que notoriamente acabou mal apesar dos seus dotes teatrais de flibusteiro encartado, segundo consta também utilizava essa curiosa táctica. Coincidência de espíritos afins numa profissão de risco ou, pelo contrário, manobra aprendida com algum irmão-da-costa indiano que teria vindo parar, por caprichos do destino aventuroso, às plagas atlânticas?

Só o podemos conjecturar.

Mas se não temos certezas em relação àquele bravo estripador de marinheiros, no que diz respeito ao autor deste livro, “O pirata Zi-Zag” (que, muito a propósito, ostenta na capa um barbudo cavalheiro ziguezagueante para ilustrar estas laudas de um pirata poético que sempre achei ter cara de pirata de palco) temo-las todas: não só na disposição textual e gráfica das frases, que se encrespam aqui e ali quais ondas batendo nos rochedos da ilha Tortuga, como igualmente no seu discurso interior, que visa uma navegação adequada com o intuito evidente de capturar a arca de tesouros que aos corsários da escrita mobiliza os sonhos e as invenções.

Pois o que subjaz à esgrima deste poeta doublé de homem de teatro e de espadachim metafísico é, obviamente, a tentativa de reordenar o mundo através do que pelos anos vai escrevendo, sonhando, realizando e inventando, numa actividade que tenho por quase heróica - se atendermos aos mares encapelados que são o reino de cada dia dos nossos pátrios marinheiros de água-doce, com as suas pernas de pau societárias e os seus papagaios zarolhos e grasnantes pousados em ombros pouco iguais aos dos johns silvers que encheram de fantasia a nossa infância e juventude.

Não vou dizer mais nada. Vou apenas suscitar-vos, sugerir-vos uma leitura audaciosa como uma incursão temerária pelos canais e os istmos dos ritmos espirituais. Em suma, uma navegação tão eficaz como a desses pilotos que, tendo como única condutora a estrela polar dos tempos, sabiam achar a sua ilha misteriosa onde os esperava definitivamente a mais bela viagem futura.

 

 

O Projeto Editorial Banda Lusófona foi criado em janeiro de 2010, como complemento ao Projeto Editorial Banda Hispânica. Assim o Jornal de Poesia integra em sua plenitude a poesia de línguas portuguesa e espanhola. Aqui registraremos criação e reflexão, reunindo autores de distintas gerações e tendências, inclusive inéditos em termos de mercado editorial impresso. Aqueles poetas que desejem participar devem remeter à coordenação geral seus dados bibliográficos, seleção de 10 poemas e resposta ao seguinte questionário:

1. Quais são as tuas afinidades estéticas com outros poetas de língua portuguesa?
2. Quais são as contribuições essenciais que existem na poesia que se faz em teu país que deveriam ter repercussão ou reconhecimento internacional?
3. O que impede uma existência de relações mais estreitas entre os diversos países de língua portuguesa?

Todo este material deve ser encaminhado em um único arquivo em formato word, para o seguinte e-mail: agulha.floriano@gmail.com. Agradecemos também o envio de uma fotografia (jpg), assim como de textos críticos, livros de poesia e material jornalístico sobre o mesmo tema. O Projeto Editorial Banda Lusófona é uma fonte de informações que reflete, sobretudo, a ampla generosidade de todos aqueles que dele participam. O acesso a cada país deve ser feito através do selo correspondente.

 
JORNAL DE POESIA ACERVO GERAL BANDA LUSÓFONA EDIÇÕES CURURU

 

Jornal de Poesia (Brasil)

 

La Otra (México)

 

Matérika (Costa Rica)

 

Blanco Móvil (México)

 

Revista TriploV de Artes, Religiões e Ciências (Portugal, Brasil)

 

Agulha - Revista de Cultura (Brasil)

 

 
Ficha Técnica

Projeto Editorial Banda Lusófona
Janeiro de 2010 | Fortaleza, Ceará - Brasil
Coordenação geral & concepção gráfica: Floriano Martins.
Direção geral do Jornal de Poesia: Soares Feitosa.
Projetos associados: Revista La Otra (México) | Ediciones Andrómeda (Costa Rica) | Revista Blanco Móvil (México) | Triplov (Portugal).
Cumplicidade expressa: Alfonso Peña, Eduardo Mosches, Gladys Mendía, José Ángel Leyva, Maria Estela Guedes, Soares Feitosa e Socorro Nunes.
Contatos:
Floriano Martins bandahispanica@gmail.com | floriano.agulha@gmail.com.
Soares Feitosa: soaresfeitosa@secrel.com.br | soaresfeitosa@uol.com.br.
Agradecemos a todos pela presença diversa e ampla difusão.