É noite — como as noites são vazias
E faz silêncio à volta, em toda a estrada
As mãos já não procuram, são tão
frias
É noite — e nem sinal de uma alvorada.
Há cruzes espalhadas — tão sombrias!
Há um desejo morto na calçada
As esperanças passam, fugidias
Parece que adiante não há nada.
E de repente o fim que se procura
Após a longa e triste caminhada
E finalmente a luz na noite escura
O sol brilhando em plena madrugada
O desejo de ser — sem ser loucura
A vida, num segundo, iluminada. |