Aramis Ribeiro Costa  

Soneto do Sol de Madrugada 
 
                                                                                   
É noite — como as noites são vazias
E faz silêncio à volta, em toda a estrada 
As mãos já não procuram, são tão frias 
É noite — e nem sinal de uma alvorada.

Há cruzes espalhadas — tão sombrias!
Há um desejo morto na calçada
As esperanças passam, fugidias
Parece que adiante não há nada.

E de repente o fim que se procura
Após a longa e triste caminhada
E finalmente a luz na noite escura

O sol brilhando em plena madrugada
O desejo de ser — sem ser loucura
A vida, num segundo, iluminada.

                                                       

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Página  editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  18  de Fevereiro de 1998