Somente sou enquanto sinto e penso
Neste mortal, misérrimo arcabouço
Que embora viva em sonhos é carne e osso
E vê em tal contraste um contra-senso.
Existo enquanto falo, vejo ou ouço
Ou sinto no meu peito um amor intenso
Já não serei naquele negro fosso
Que abrigará o pó dos sonhos. Venço
O miasma cruel e metafísico
Que compromete o sonho e mata o físico
Numa elocubração que é metafórica.
E em devaneio redundante e onírico
Eu volto ao existencialismo empírico
Da afirmação primeira e categórica. |