Aramis Ribeiro Costa  

Soneto do Amor Indefinido 
 
                                                                                   
Amor não se define — é mágica e loucura 
Encontro e desencontro e encanto conquistado 
É cegueira total e olhar que tudo apura 
E tem em tal contraste o fogo renovado.

Indefinido amor, impulso incontrolado
Que se refaz de espera e tudo crê e jura
Que arde e consome e mata o próprio ser amado
Amor que se acomoda, amor que se aventura.

Amor que nasce morto e ainda assim existe
Amor que se desgasta em vão e se maltrata
Amor que tudo pode e deve e exige e serve!

Amor — encantamento que afinal resiste
A esperança maior, a sensação mais grata.
Indefinido amor: que o sonho te conserve!

                                                       

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Página  editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de Fevereiro de 1998