Esvoaçantes vejo os teus cabelos
Fios de seda que vaidosa afagas
Onde concentras todos os desvelos
E um precioso tempo sempre estragas...
Eu te suplico, não tentes fazê-los
Mais belos do que são! E sempre tragas
Teus cabelos bem soltos, que de vê-los
Assim revoltos, me parecem vagas
De um mar sem fim de eterna sedução
Onde eu me afogo sempre, e com razão
Pois resistir não há de alguém a tanto!
E se me queres tanto quanto penso
Não troques esse teu encanto imenso
Por um premeditado e falso encanto... |