Augusto de Campos/Euclides da Cunha


A igreja nova

A antiga capela não bastava. Mal sobranceava os colmos achatados. Começou a erigir-se a igreja nova. Delineara-a o próprio Conselheiro, sem módulos, sem proporções, sem regras. Frisos grosseiros e volutas impossíveis cabriolando num delírio de curvas incorretas. Era sua obra-prima. Ali passava os dias, sobre os andaimes altos e bailéus bamboantes. O povo enxameando embaixo estremecia muita vez ao vê-lo passar, lentamente, sobre as tábuas flexuosas e oscilantes, impassível, sem um tremor no rosto bronzeado e rígido, feito uma cariátide errante sobre o edifício monstruoso.


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *