Os potros cavalgados por meninos
fazem os luares e as manhãs, e morrem
nas luas novas e, ao morrer, persistem
na solidão do sonho de quem dorme,
e na vigília enferma, e nos sorrisos
das moças nos coretos, e nos galos,
nos êxtases das balsas, nas origens
de teu corpo de vinha, linho e ave.
Longas crinas arrastam pela areia
e banham pedra e rio de girassóis
que os cascos pisam e as madonas colhem.
E, se agonizam com a lua, exaustos,
não se apagam das cousas, continuam
como a infância no amor e o amor na morte. |