Alberto da Costa e Silva

Poema de Aniversário
       
 
De que céu, se o céu em que desfaço 
as mãos em flores, que trazia, parte 
hei de esperar que pare este mudar-se  
de outras claras manhãs nesta tristeza?  

Alto sonhamos com imóveis águas, 
setembros permanentes, garças fixas, 
mas os olhos e as mãos nada conquistam, 
e enegrece na mesa a maçã limpa. 

Carda o rude luar a lã noturna.  
A vida é só, e o pranto, pequenino.  
Que fazer deste rastro sem sentido 
que vem ao homem e parte do menino?

 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  19  de  Agosto  de  1998