Quando as lágrimas vêm, em vão fugimos
do que em nós faz o amor, em vão tecemos
vestes para cobrir o corpo nu,
que se nutre do pranto, humilde e humano.
Fazemos nosso leito. A mesa pomos.
O rosto se derrama em nossas mãos.
Queremos repartir a fome e o sono.
Vivemos nossa espera, enquanto, mudos,
fluímos para o encontro e retornamos
à infância, mansa páscoa, frágil vime.
Não mais somos nós mesmos; somos mais
do que nós mesmos ou alguém mais puro,
um sonho de não ser, ah, sendo e amando. |