Alberto da Costa e Silva

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Se gira o céu na lã de cada ovelha,
desponta o chão na mesa e os galhos cobrem
o marinho sonhar da rude tábua
onde os braços repouso, enquanto vejo,

nos laivos da madeira, húmus, aves,
a chuva, o sol e um eco retardado
de um amando viver, sem mais resguardo
do que passar as mãos nas sobrancelhas

contra o osso de um rosto fatigado
de ser longo e vincado por um sonho,
em que um dia voltava ao outro dia,

num mover de sanhaços regressados
aos ramos que a memória desta mesa
vai abrindo no espaço. Serenava.

 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de  Agosto  de  1998