Alberto da Costa e Silva

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Ordenha, ferra, encerro: o humilde cerco
dos seres e das cousas vou fazendo,
e a riqueza do mundo, a fauna, os ventos
na minha curta pele vou cosendo,

ilhéu neste morrer, jamais morrendo
nos momentos que colho e que rejeito,
centauro desta carne e de outra, ausente,
que o verdor do passado vai vivendo.

O esperar para o amor, roçando a morte
em lençóis, massapês, tucuns de redes,
volta, agora, lunar, eternamente.

O instante que de amar o que deixava
partir fez mais amor, fiel, consente
em ser soma de tudo, amor sem gente.

 

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  26  de  Agosto  de  1998