Quando o sonho se acolhe em nosso corpo,
e o céu navega para nós, alçadas
as nuvens, e as cousas que pensamos
serem caladas, por avaras, falam,
e a flor mais suja sobre a cerca podre
se constela em jardim, e a noite cede,
pendurado morcego, à luz que cresce
das palavras que espero e aqui escrevo,
e quando o tempo não discorre e pára
o apertar do garrote, a roda e as armas
com que a vida a si mesma se guerreia,
tudo é completo, embora frágil, breve
e simples como a vela que se acende
e ilumina, no escuro, o encoberto. |