Afonso de Freitas 

Inexplicável
 
Para que o pássaro alegre  
se a gaiola é o símbolo da agonia? 
Para que o gato manso e tranqüilo 
se não posso entender 
a grandeza profunda do seu meigo olhar 
nem a grandeza de sua paz macia? 
Para que o amanhecer  
se meu sono é de plena inconsciência? 
Daí a grande dúvida: 
se existir é uma coisa  
ou se outra coisa é a existência.
 
Remetente: Chico Poeta

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Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  24 de novembro de 1997