Menina, a noite é redonda,
vestido transparente
de gase negra,
curto e sem mangas
nem calças compridas,
apenas uma tanga
sem rendas gregas
folgada a propósito
ao fácil exame e diagnóstico.
Rolou nos ciclos
entre muralhas dos seus pastores
e logaritmos de remotos estágios
que as atas converteram em arras
e os noivos, agora,
de mãos sem bula, luvas ou bengalas,
profetizam na adequação asfáltica
bailados em novos ritmos
Menina, está tudo claro
sob a gaze negra da noite redonda:
não trouxe as lareiras
e as cinzas
dos seus frios quintais
nem as varizes da caminhagem longa,
apenas o resmungo atávico
das safras passionais
na sazonaria convicção e culto das perucas
com as tarefas no sexo
e as mensagens na cuca. |