Almeida Garrett
Cronologia:
1799 - João Baptista da Silva Leitão, nasce a 4 de
Fevereiro no Porto.
1804-08 - Infância repartida pela Quinta do
Castelo e a do Sardão, em Vila Nova de Gaia.
1809-16 - Partida da família para os Açores,
antes que as tropas de Soult entrassem no Porto. Primeiras incursões
literárias, sob o pseudónimo de Josino Duriense.
1818-20 - Matricula-se na Universidade de
Coimbra, em Leis. Lê os escritores das Luzes e os primeiros
românticos. Funda, em 1817, uma loja maçónica. Em 1818, primeira
versão de "O Retrato de Vénus", que será acusada como sendo
"materialista, ateu e imoral". Participa na Revolução vintista. Vem
para Lisboa.
1822 - Dirige, com Luís Francisco Midosi, "'O
Toucador', periódico sem política, dedicado às senhoras
portuguesas". Casa com Luísa Midosi: Garrett tem 23 anos, ela 14...
1823-27 - Com a Vilafrancada, é preso no
Limoeiro. Vai para o primeiro exílio em Inglaterra, Birmingham. Vive
numa precária subsistência. Em 1824, está em França, no Havre.
Escreve "Camões" e "Dona Branca". Em Dezembro, fica desempregado.
Com a morte de D. João VI, em 1826, é amnistiado mas só regressa a
Portugal depois da outorga régia da Carta Constitucional por D.
Pedro.
1828 - D. Miguel regressa a Portugal. Garrett,
que vê morrer uma sua filha recém-nascida, parte para o segundo
exílio, em Inglaterra, Plymouth. Começa a escrever a "Lírica de João
Mínimo".
1829 - Em Londres, é secretário de Palmela no
governo exilado.
1830-31 - Edita o violento panfleto "Carta de
Múcio Cévola ao futuro editor do primeiro jornal liberal em
português", numa época marcada por duas crises de saúde graves.
1832 - Um ano de fogo: ao lado de Herculano e
Joaquim António de Aguiar, parte em Janeiro, com a expedição de D.
Pedro, integrando o corpo académico de voluntários. É o praça nº 72.
Em Maio, é chamado para a secretaria do Reino junto de Mouzinho da
Silveira, ministro da regência em S. Miguel. Integra em Junho a
expedição que desembarca nas praias do Mindelo a 8 de Julho e, a 9,
entra no Porto. Começa "O Arco de Santana". É reintegrado por
Palmela e é nomeado por Mouzinho da Silveira para coordenar o Código
Criminal e Comercial. É encarregue de várias missões diplomáticas,
dissolvidas em 1993. Desabafa: "Se não sou exilado ou proscrito, não
sei o que sou."
1833 - Regresso a Lisboa, depois de saber da
entrada das tropas liberais. Secretário da comissão de reforma geral
dos estudos cujo projecto de lei inteiramente redige.
1834 - Cônsul-geral e encarregado de negócios na
Bélgica. Lê os grandes românticos alemães: Herder, Schiller e
Goethe.
1835-40 - Separa-se da mulher por comum acordo.
As nomeações, demissões e rejeição de cargos continua. Em 1836,
colabora com o governo setembrista. Apresenta o projecto de criação
do Teatro D. Maria II. Em 1837, é deputado por Braga, para as Cortes
Constituintes. Em Novembro, nasce o primeiro filho de Adelaide
Pastor - com quem começara a viver -, Nuno, que morre com pouco mais
de um ano. 1838: enquanto continua a redigir leis, escreve "Um Auto
de Gil Vicente". É nomeado cronista-mor do reino. Nasce o segundo
filho de Adelaide, que também morrerá. Em 1840, é eleito por Lisboa
e Angra na nova legislatura
1841-42 - Nascimento da sua filha Maria e morte
de Adelaide Pastor com apenas 22 anos. Com a assinatura de Joaquim
António de Aguiar (!), é demitido dos cargos de inspector dos
teatros, de presidente do conservatório e de cronista-mor.
Em 1842, é eleito deputado e entra nas Cortes. Publica "O
Alfageme de Santarém".
1843 - 17 de Julho: inicia a celebérrima viagem
ao vale de Santarém que na está na origem de "As Viagens da Minha
Terra". Escreve a sua outra obra-prima: "Frei Luís de Sousa".
1844 - Publica anonimamente uma autobiografia na
revista "Universo Pitoresco". No Parlamento, reclama a reforma da
Carta Constitucional e revela-se contra a pena de morte. Por ocasião
dos acontecimentos de Torres Novas e das posições que defende, a sua
própria casa é por três vezes assaltada e devassada pela polícia.
Salvo de prisão certa e deportação, graças à imunidade diplomática
que lhe concede o acolhimento do embaixador brasileiro. Morre nos
Açores a única irmã, Maria Amália.
1845 - Aparece em capítulos, em Junho, na
"Revista Universal Lisbonense", "Viagens na Minha Terra". É
representada "Falar Verdade a Mentir", enquanto outra, "As Profecias
do Bandarra" se estreia. Envolve-se na campanha eleitoral da
oposição ao cabralismo. Morre outro irmão, Joaquim António.
1846 - Publica "Viagens na Minha Terra". Conhece
Rosa Montufar, com quem tem uma ligação amorosa que se prolongará
até ao ano da sua morte.
1847-50 - Anda escondido no auge dos episódios
da Patuleia. Com o regresso de Costa Cabral ao executivo, é remetido
ao ostracismo político. No ano seguinte, é representado "A Comédia
do Marquês". Em 1849, desgostoso de amores, passa uma breve
temporada em casa de Alexandre Herculano, à Ajuda. A política
passa-lhe ao lado e cultiva a vida dos salões lisboetas. Protesta
contra o projecto de lei de imprensa, a designada "lei das rolhas".
Dedica-se com regularidade à compilação final do seu "Romanceiro".
1851-53 - Volta, intensamente, à vida política
com o advento da Regeneração. Visconde - que pretende aceitar em
duas vidas -, chegou a ministro, por cinco meses. Está na reforma da
Academia Real das Ciências, redige o primeiro Acto Adicional à
Carta, que discute na própria casa com os ministros. Em 1953, é
criado um conselho dramático no D. Maria II, por decreto de 22 de
Setembro, foi seu presidente, demitindo-se a pedido dos actores e
dramaturgos. Começa a escrever o testamento.
1854 - Numa casa na Rua de Santa Isabel, morre,
vítima de cancro de origem hepática. O seu biógrafo Francisco Gomes
de Amorim escreve: "Eram seis horas e vinte e cinco minutos da tarde
de sábado nove de dezembro de mil oitocentos e cinquenta e quatro."
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