Alberto de Lacerda


Ilha de Moçambique

Desfeitos um por um os nós sombrios, Anulada a distancia entre o desejo E o sonho coincidente como um beijo, Exalei mapas que exalaram rios. Terra secreta, continentes frios, Ardei à luz dum sol que é rumorejo Para lá do que eu sou, do que eu invejo Aos elementos, aos altos navios! Trouxe de longe o palácio sepulto, A cobra semimorta, a bandarilha, E esqueci poços, prossegui oculto. Desdém que envolve por completo a quilha, Sou bem o rei saudoso do seu vulto, Vulto que existe infante numa ilha.


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