José Maria do Amaral


Soneto

Tristezas de minha alma tão sentidas, Que sois doces memórias do passado, Do tempo já vivido, e tão lembrado, Ainda me dais as horas já perdidas! Horas de tanto bem, tão bem vividas, Quando vivi feliz e descuidado, Sejam ao coração desenganado Sonhos que enganem dores tão gemidas Tem hoje o meu viver tal agonia, Que é doçura a tristeza da saudade, E a saudade do tempo é poesia. Flores da quadra sois da mocidade, Minha velhice em vós se refugia, Tristezas de minha alma em soledade...


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