Antônio de Navarro


Poema IV

Ópera humana... Onde o cantor é um operário A construir e a destruir: Cria ruínas e, a seu lado, Ergue um castelo ao imaginarão, Erguido no presente com a sombra no passado E para a luz sombria do futuro. E, enfim, lá canta a sua música Feita de carne ou lama, De pus ou chaga, de sorriso ou lágrima... O instrumento e o palco Somos nós E o pensamento da obra nós julgamos O nosso pensamento. Mas ele, Só ele sabe de cor o seu papel. ...Os ramos Duma árvore partida Parecem perguntar ao vento: Aonde vamos? Aonde foi a nossa vida?! Pergunto ao pensamento: aonde vou? Responde, idealizando um novo plano Topográfico: fica a tua espera; Diz o silêncio: tu és só o teu inesperado! Parecem perguntar: aonde vamos, Aonde foi a nossa vida?! . . .Os ramos Da árvore partida!


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