Álvaro Pacheco

Biografia

            Nascido em 26 de novembro de 1933, no Piauí, fez os seus primeiros estudos em Teresina, onde concluiu o Curso Ginasial, vindo para o Rio de Janeiro logo em seguida. No Colégio Salesiano Santa Rosa de Niterói fez o Curso Científico e formou-se em Direito em 1958 pela Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro. Exerceu a advocacia no Rio de 1957 a 1963. 

            Ingressou no Serviço Público Federal em 1951 (Ministério da Educação e Saúde), trabalhou no Instituto de Neurologia da Universidade do Brasil, sob a direção do Prof. Deolindo Couto; na Faculdade Nacional de Arquitetura, sob a direção do Prof. Carvalho Netto, tendo sido, na F. N. A., o editor do "Anuário de Arquitetura" que publicou os primeiros trabalhos de Lúcio Costa sobre o planejamento de Brasília. Foi, mais tarde, requisitado por Arthur Cesar Ferreira Reis, então Diretor do D. N. I. C., do Ministério da Indústria e Comércio, e integrou a Comissão Brasileira de Turismo, de onde se originou a EMBRATUR. Oficial da Reserva, esteve no Serviço Ativo do Exército de 1954 a 1956, servindo na Escola de Intendência do Exército e Batalhão Escola de Engenharia, na Vila Militar, e mo 3º B. C., em Vitória no Espírito Santo. 

            Jornalista, integrou por breve período as redações de "Manchete" e "O Jornal" e, em 1956, passou a fazer parte, no "Jornal do Brasil', da equipe com que Odylo Costa, filho transformava a imprensa brasileira. No "Jornal do Brasil", onde ficou até 1962, foi inclusive crítico de cinema. 

            Em 1962 saiu do "Jornal do Brasil" para fundar a Editora Artenova Ltda., inicialmente dedicada apenas a publicações de revistas especializadas. Fundou e editou então as revistas "Arquitetura", "revista Brasileira de Energia Elétrica: , "Economia e Desenvolvimento", "Medicina" e "ADVendas". Em 1963, juntamente com Odylo Costa, filho, Cícero Sandroni e Pedro Penner da Cunha, por transformação da empresa "Canton e Reille", fundou a Edigraf, Editora e Gráfica Ltda., com um pequeno parque gráfico na Praça Cruz Vermelha, no Rio. A partir de então a sua atividade se centralizou nos setores jornalísticos e na indústria editorial e gráfica. Em 1969 a Edigraf foi fechada a Álvaro Pacheco se concentrou na Editora Artenova, expandindo-a como um dos mais modernos parques gráficos do Rio de Janeiro, e na edição de livros e revistas, com a média de quinze títulos novos por mês. Como editor, trouxe para o leitor brasileiro autores então desconhecidos como Kurt Vonnegut Jr., Donald Barthelme, Malcoln Lowry, Nikos Kazantzakis, Heinrich Boll, Anthony Burgess, Saul Bellow, Bernard Malamud, Konrad Lorenz, Victoria Holt, Robert Ludlum, Ross Mcdonald, J.R. Tolkien, Raymond Chandler, Lawrence Sanders, René Barjavel, Thomas Tryon, John Fowles, Erica Jong, Mary MasCarthy, Silvya Plath, William Saroyan, Iris Murdoch, entre centenas de outros. Recomeçou no Brasil, depois de mais de trinta anos, publicação de "A Comédia Humana", de Balzac. Editou autores nacionais como Rubem Fonseca, Clarice Lispector, João Ubaldo Ribeiro,(então inteiramente desconhecido), Carlos Castelo Branco, Odylo Costa, filho, Deonísio Silva, Paulo Roani e Alphonsus de Guimaraens Filho. 

            A Editora Artenova foi também quem trouxe para o Brasil a Análise Transacional, através da publicação, pela primeira vez em língua portuguesa, dos livros de Eric berne, Thomas Harris, Claude Steiner, Jut Meininger e Alvyn Freed. Publicou ainda Carl Jung, Rollo May, Freud e Jean Piaget. 

            Em 1975 fundou no Rio a Artenova Filmes, e, em Roma, a Ariel Cinematográfica, duas empresas dedicadas respectivamente à produção de filmes brasileiros e à distribuição de filmes estrangeiros. Produziu, entre outros, um dos maiores sucessos do cinema brasileiro, o filme "O Caso Cláudia", dirigido por Miguel Borges. É o distribuidor no Brasil dos filmes de Carlos Saura ("Bodas de Sangue"), Alain Resnais ("Providence"), Nagisa Oshima ("O Império dos Sentidos"), Victor Erice ("O Espírito da Colméia"), Dalton Trumbo ("Johnny Vai à Guerra"), Istvan Szabô ("Mephisto"), Dusan Makavejev ("Montenegro"), Jacques Tati ("As Férias do Sr. Hulot"). 

            Começou a escrever poemas e contos aos quinze anos de idade. Seus primeiros contos foram publicados nas revistas "A Cigarra", (dirigida por Herberto Salles e tendo Aurélio Buarque de Holanda e Paulo Ronai na comissão de seleção), e "Singra"(suplemento semanal do "Correio da Manhã). Seus poemas publicados mais antigos datam de 1950 e há trinta anos, em 1953, os viu pela primeira vez impressos em suplementos literários do Rio e Jornais do Piauí. Estreou em livro em 1958, com "Os Instantes e os Gestos"(Livraria S. José), seguindo-se "Pasto da Solidão" (Artenova, 1965), "Margem Rio Mundo"(Artenova, 1966), "O Sonho dos Cavalos Selvagens" (Artenova, 1967), "A Força Humana" (Artenova, 1970), "A Matéria do Sonho" (Artenova, 1971), "Tempo Integral" (Artenova, 1973) e o "Homem de Pedra"(Artenova, 1975), "Itinerários (Artenova, 1983) e "Seleção de Poemas" (Artenova, 1984). Incluído em diversas antologias brasileiras, tem poemas seus traduzidos em espanhol, francês e italiano fazendo parte de antologias estrangeiras de poetas brasileiros e sul-americanos. 

            Assessor Especial do Presidente José Sarney de 1985 a 1987, quando foi eleito Senador da República pelo Estado do Piauí exerceu o mandato até 1995, participando inclusive da Constituinte de 1988, sendo um dos signatários da Constituição atual. Membro do Conselho Federal de Cultura, do Conselho Superior de Política Cultural, do Ministério da Cultura, da Academia Piauiense de Letras, do Pen Clube do Brasil, da União Brasileira de Escritores, Cidadão Honorário da cidade do Rio de Janeiro, da cidade de Vitória e Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro. Foi agraciado com a Medalha do Pacificador do Ministério do Exército, com a Ordem do Mérito Renascença, do Piauí, Ordem do Mérito Rio Branco, do Governo Brasileiro, Ordem do Mérito Militar, Ordem do Mérito do Ministério do Exército, Ordem do Mérito do Ministério da Aeronáutica e Ordem do Mérito do Estado Maior das Forças Armadas. 

            Por força de suas atividades profissionais, primeiro como jornalista e depois como editor, produtor e distribuidor de cinema, viaja constantemente ao exterior - e daí, além de grande parte de seus poemas ser escrita em outros países, também a influência de idiomas estrangeiros em sua poesia. 

            Reside no Rio de Janeiro desde que saiu do Piauí. [set/1998] 

                                                                                  

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 Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  05  de  Agosto  de  1998