XLVII
Tenho a alma feita de soluços
e dádivas sem recompensa
de matérias minerais sem substância
e substâncias sem matéria alguma.
Tenho a alma feita de piedade
da extensa e sobreposta que há
no mundo
de destroços de geométricas ilusões
em verazes ferozes descampados.
Tenho a alma feita de meninos
e dos sonhos coloridos dos meninos
da aspiração (por fim) de não ser barro
as a pedra que erige o tempo e o templo.
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