Álvaro Pacheco

Sentimento de Urgência
 
                    
Sou um homem e um sentimento de urgência
de peito aberto para o amor e o mundo.

Sou uma fome que se apressa em morrer
e um rumo incontido de chegar.

Sou a faca que me corta e ela não pode
se esquiva e não pode esperar.

Sou as sombras desprendidas pela vida
sem a sombra conter seu caminhar.

Sou o menino que infante despertou
muito antes de saber como enxergar.

Me sinto a corrida pelo mundo
do mundo que não quer me esperar.

Por isso necessito de amar e a morte
é tão depressa em sua urgência e a vida.

nem sempre concorda em esperar.

 
                                                                               Rio, 1964
                                                                                   

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 Página editada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  02  de  Julho  de  1998