um pedaço de vida
flores em regatos correndo
coxas grossas
lábios polpudos
música zunindo
no espectro da chuva.
a posse do espasmo
de nossa agonia -
a floração da loucura
a que temos direito
as pedras e os tenros brotos
que todos comeram.
(a minha parte
da festa completa
o teu sorriso
em meus vinte anos.
a minha parte
do corpo inteiro
que alguns partilham
e a euforia da vida.)
O nosso lugar
no café da manhã
e à luz da aurora
- e se mandar
para os infinitos
o justo
para os injustos
e o sol
para a minha sombra.
O nosso pedaço
para não ir mais. |